Então eu assisti... Jogos Vorazes - A Esperança Parte (contém spoilers)

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|TODAS AS OPINIÕES AQUI SÃO MINHA. NADA TÉCNICO, NADA PROFISSIONAL, APENAS UMA FÃ DE CINEMA E LIVROS DEMONSTRANDO SEU PONTO DE VISTA|

Como uma grande fã de Jogos Vorazes, a ansiedade para o lançamento de mais um filme da série é imensa. Um problema, pois alta expectativa nunca é bom. Por isso fui me preparando para não comparar o livro com o filme (Um grande mal que eu tenho) e também para qualquer decepção.

Por sorte não fiquei decepcionada. O filme de duas horas não foi nem um pouco cansativo, mesmo sem tanta ação como nos filmes anteriores. O que me faz gostar tanto desse filme sem dúvida foram as críticas sociais implícita em toda a história e a questão psicológica da Katniss.

Vi em algumas resenhas pela internet alguns criticando a postura fragilizada de Katniss e como isso não é positivo para uma heroína protagonista e mulher. Pois eu não concordei. Achei essencial que humanizassem a protagonista, mostrassem seu estresse pós traumático e como os terríveis Jogos afetaram sua vida. Estou cansada de personagens sem profundidade, perfeitos e inquebráveis. É inalcançável e irreal enquanto Katniss passa verdade, desespero e coragem. Heroes are over!


Acho complicado falar sobre questões técnicas do filme já que não tenho base alguma de cinema. Mas pude notar que o diretor, Francis Lawrence, abusou da coloração cinza em todo o filme, dando um ar de sobriedade em tudo, contrastando com a extravagância de cores da Capital e sua população mimada. Outra coisa que pude notar é como eles focavam a câmera no rosto dos atores, mostrando suas expressões e emoções. Era de arrepiar. Ah, e não posso esquecer de mencionar os efeitos especiais que estão nada menos que empolgantes.


O filme começa com Katniss (Jennifer Lawrence) tentando se adaptar e aceitar o que está acontecendo na sua vida. O cenário agora é o Distrito 13, no subterrâneo. Eles não vivem, mas sim sobrevivem em um governo inflexível e cheio de regras. Parece mais um grande formigueiro! A presidente desse Distrito é Alma Coin (Julianne Moore), uma mulher fria e decidida que planeja há anos a guerra contra a Capital.

Com a ajuda de Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman) eles decidem usar mais ainda o símbolo da revolução que Katniss se tornou. Usando a mesma moeda que a Capital costumava usar, fazendo propagandas com a Katniss como personagem principal disso tudo.


Katniss reluta contra essa ideia. Afinal, a responsabilidade é gigante para uma garota de apenas dezessete anos que apenas quer sobreviver. Depois de alguns acordos ela aceita.

Plutarch sugere que Katniss vá até o Distrito 12, seu antigo lar para que ela tenha uma ideia de como a guerra afeta as pessoas. Todo o distrito destruído e nem 10% da população salva, Katniss finalmente torna isso mais pessoal.
Katniss no Distrito 12 destruído

O símbolo da revolução, o Tordo, se torna mais do que isso; se torna um símbolo de esperança. Isso fica claro nas cenas em que Katniss visita o hospital improvisado do Distrito 8, cena que achei bem impactante. Pessoas feridas e com uma terrível condição de vida sentindo esperança e força com a presença de Katniss, dispostas a lutar.


Uma coisa que gostei é que eles expandiram o universo dos livros, mostrando as rebeliões dos Distritos contra a capital. A cena do distrito sete subindo nas árvores após assoviarem e bombardeando os pacificadores mostra como a Katniss influencia e simboliza a força dos rebeldes. Outra cena que mostra isso é no Distrito 5 em que eles caminham para o sacrifício em prol dos rebeldes cantando o hino da revolução – a canção da Árvore Forca.


Também temos o crescimento do personagem Gale (Liam Hemsworth, que, sorry, é mais interessante que o irmão Chris Hemsworth) nas telas. Ele se torna importante na guerra, mostrando sua luta pelos seus ideais e pelos rebeldes. Já vi muitos criticando ele, mas acho Gale um dos personagens mais interessantes da série. No primeiro filme já vemos ele questionando a Capital e pensando em fugir e agora no terceiro vemos ele lutando ao lado da presidente e todos os rebeldes. Fiquei feliz que eles não focaram no romance dos dois, na confusão dela diante de Gale e Peeta, já que esse dilema entre os dois carinhas não serviria no filme cheio de tensão política. Seria meio que uma forçação de barra.

Muitas pessoas têm o preconceito com Jogos Vorazes por ser considerado “filme de adolescente”. Ridículo. Jogos Vorazes é uma série para refletir, com críticas ótimas em que você questiona seu lugar na sociedade, o ponto que a tirania e a ambição humana podem chegar e em como os humanos podem se tornar primitivos quando apenas querem sobreviver. Considero Jogos Vorazes um filme que serve aos jovens como uma introdução para te tornar alguém que questiona, que pensa em questões sociais e humanas. Eu posso me usar como exemplo, que li os livros aos doze anos e minha percepção mudou muito desde então com um certo empurrãozinho da obra de Suzanne Collins.

Uma das cenas finais em que Finnick (Sam Claflin) relata as atrocidades da Capital e intercalada as cenas do sequestro dos Vitoriosos presos na Capital é épica. Eu vibrava e roía as unhas nesse momento. Finnick não tem um papel grande nesse filme, mas quando aparece, é para lacrar.


No geral achei um ótimo filme, uma ótima adaptação. A mensagem passada pelo filme foi esplêndida e considero necessário que seja passado ao público jovem. Não apenas um filme para o público jovem, aliás, mas para todos que gostam de personagens bem elaborados e uma história diferente e envolvente. Não é porque a protagonista é adolescente que adultos não podem assistir e gostar, por favor. Katniss é sim uma incrível personagem feminina e precisamos de mais protagonistas mulheres assim. E que venha a parte 2!



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